terça-feira, 20 de março de 2012

Chronicle

Título Original: Chronicle
Título Português: Crónica
Realizado por: Josh Trank
Actores: Dane DeHaan, Alex Russel, Michael B. Jordan
Data: 2012
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 84 mins.
M/12Q
Cor e Som








O trailer de apresentação de Chronicle era impressionante, devido à sua originalidade, e catapultou-o para a fama. A ansiedade crescia por ver um filme gravado em handycam, o que supostamente iria enaltecer o realismo dos efeitos especiais do filme, onde 3 jovens amigos adquirem poderes de telequinesia e aprendem a desenvolvê-lo. Todos os ingredientes para um grande blockbuster de entertenimento, ao estilo de Cloverfield, estavam presentes. No entanto as contas finais seriam outras.
Apesar de um início promissor, e aparentemente realista, Chronicle rapidamente perde o fio à meada. Consegue dar uma visão interessante acerca de um jovem marginalizado na escola e com problemas familiares e consegue retratá-los com alguma sensibilidade, e mais uma vez realismo. Refiro-me ao pai alcoólico e à mãe acamada, e aos problemas familiares que isso acarreta para a jovem personagem principal. Todavia não deixa de ser despropositado para o filme que é, aproximando-se até duma vertente à série MTV do problema que retrata, mas isso nem é sequer o fundamental do filme. O fundamental será sim a tal história dos super poderes.
Inicialmente é engraçado mas tudo descamba quando nos apercebemos da pobreza dos diálogos e da ainda maior pobreza dos actores principais, francamente medíocres. O desenvolvimento dos poderes a dada altura torna-se ridículo. É engraçado flutuar e mover objectos. Pareceria minimamente credível, se é que essa palavra pode ser empregue em Chronicle. Quando se começa a viajar pelo Mundo a voar é difícil não rir. Já para não falar da sequência final, forçada, que mais parecia retirada do Dragon Ball Z, sobre-dramática, onde a capacidade de interpretação dos actores, desconhecidos talvez por algum motivo, desce ainda mais. Pior ainda é a intenção de filmar com uma handycam como se se tratasse da visão de uma das personagens que a dada altura deixa de fazer sentido, pois a câmara passa a "flutuar" atrás das personagens graças à telequinesia, perdendo-se o verdadeiro efeito de handycam de filmes como Blair Witch, tornando-se apenas uma desculpa de falsa originalidade. Isto até poderia ser perdoável, não fossem as cenas em que se a câmara da principal personagem, que supostamente está a filmar todo o filme, não se encontra em cena, rapidamente o filme arranja uma solução: agarrar noutra personagem qualquer que tenha uma câmara ligada e mostrar a acção através dessa câmara, o que torna todo o conceito de uma inutilidade superveniente. É como ver um pseudo-drama, com componentes técnicas falhadas, com super heróis e ainda por cima bastante indigesto.
Chronicle acaba por ser um curto filmezito, um erro de marketing que promete muito e entrega pouco ou nada. Uma grande desilusão.

Nota: 1/5

Sem comentários: